Breve história sobre uma ilha isolada
- Ímpar Inteligência em Investimento
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Imaginemos uma situação hipotética sobre uma ilha isolada que vive da produção e do consumo de apenas um produto. Vamos utilizar, nesse exemplo, a carne bovina. Todas as pessoas que trabalham nessa ilha são produtoras de carne, e o consumo da ilha é a própria carne produzida e nada mais. Essa ilha não tem nenhum tipo de comércio exterior, ou seja, ela não exporta e nem importa nenhum produto/serviço.
É claro que esse exemplo é completamente hipotético e tem apenas o objetivo de fazer algumas analogias importantes.
Como ficaria o desenho da economia dessa ilha?
Os produtores de carne vendem toda a produção nas feiras, mercearias e açougues da ilha, e a população compra a carne por um preço de equilíbrio que é determinado pelo próprio mercado. Esse preço de equilíbrio vai depender do custo de produção dessa carne, do início ao fim do processo.
Vamos imaginar que o(a) governante dessa ilha esteja com um projeto para melhorar a vida das pessoas, e, para isso, decida aumentar o salário da população, partindo da premissa que, assim, daria condições para as pessoas comerem mais carne. Inicialmente parece uma boa ideia. Com mais renda na mão, a população poderia ter acesso a mais carne e viver com uma dieta mais generosa.
Porém, a produção de carne não foi alterada, continua-se produzindo a mesma quantidade, e a população consome 100% da carne produzida nessa ilha. Qual a consequência esperada em uma situação como essa?
Mais renda na mão da população para comprar a mesma quantidade de carne disponível vai acabar gerando inflação. Ou seja, a carne da ilha vai ficar mais cara. Não basta aumentar a renda das pessoas, é necessário que se aumente a produção.
O que o(a) governante da ilha poderia fazer para tentar melhorar a qualidade de vida da população?
Investimentos em pesquisa e desenvolvimento sobre produção de carne, investimentos em qualificação para os produtores, investimentos em tecnologia para produção dos bovinos, simplificação do processo produtivo, investimento em infraestrutura para escoar a produção ao redor da ilha, e muitas outras ações que poderiam aumentar a produtividade.
Assim como no exemplo da nossa ilha isolada, qualquer outro país do mundo precisa investir em medidas para aumentar a produtividade, se o objetivo for melhorar a qualidade de vida das pessoas. Apenas aumentar a renda acaba não surtindo o efeito desejado. Alguns países seguiram o caminho de aumentar a sua produtividade e colheram bons frutos.
A Coreia do Sul, a partir da década de 70, começou um forte investimento em educação, incentivo à tecnologia e inovação, impulsionando a criação de empresas, e o resultado foi um crescimento da renda per capita de U$ 2 mil (PPP) para mais de U$ 40 mil.
A Finlândia saiu de uma recessão profunda nos anos 90 com foco em educação de excelência e inovação. Com isso a produtividade industrial e tecnológica disparou. Hoje o país se tronou referência mundial em educação de qualidade, com altos índices de felicidade e segurança social.
A história da ilha isolada nos mostra que prosperidade econômica não nasce apenas do aumento da renda, mas sim da capacidade de produzir mais e melhor. O verdadeiro caminho para elevar o padrão de vida de uma sociedade está no ganho de produtividade, impulsionado por educação, inovação, tecnologia e eficiência nos processos. Exemplos como o da Coreia do Sul e da Finlândia reforçam que investir de forma estratégica em capital humano e estrutural transforma economias e gera bem-estar duradouro. Assim, seja em uma ilha hipotética ou em um país real, o futuro depende de escolhas inteligentes que priorizem a produtividade como motor central do desenvolvimento.

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